Lucas Batista tem 19 anos e nasceu no bairro Vera Cruz, Zona Norte de Franca.
O sonho era o mesmo de muitas crianças que gostam de esporte, um dia ser jogador de futebol. Lucas Batista chegou a jogar este esporte nos campos do bairro, mas foi através da influência de um grande amigo, o Bryan, que ele iniciou no basquete aos 13 anos.
No início a troca pela bola laranja ainda gerava dúvidas, mas em pouco Lucas foi descoberto pelo técnico Carlão Rodrigues, que já trabalhava em projetos sociais de esporte e também era técnico das equipes de base do Instituto Chuí. “O Carlão me tirou da rua e me ajudou a conseguir uma bolsa para jogar basquete no Chuí. Eu não sabia nada, não me interessava pelo esporte, mas mesmo assim fui. Aprendi a jogar, a gostar de basquete e fiquei dois anos no Instituto Chuí treinando com o Carlão, aperfeiçoando meu basquete. Ele me ensinou a jogar, me ensinou valores, a ter disciplina… Hoje estou onde estou graças ao empenho do Carlão e ao Instituto que me deram oportunidade. Me lembro de uma vez que passamos dois meses com o Carlão, só fazendo preparo físico, correndo, aprendendo a arremessar. Ele colocava a gente para fazer quinhentos arremessos na parede todos os dias. Chegava com dor nos braços em casa, mas no outro dia eu estava lá na pegada, foi aí que evolui”, diz Lucas.
Após se destacar nas categorias Sub-13 e Sub-14 no Instituto Chuí, onde disputou finais de Liga Regional, Campeonato Estadual e Torneio Internacional de Basquete, Lucas foi chamado para o reforçar o elenco do SESI, onde jogou em diversas categorias sendo dispensado no final de 2019. “Eu estava me preparando para jogar o paulista Sub-19 e acabei sendo dispensado. Logo depois veio a pandemia, fiquei sem clube e um bom tempo parado. Treinava na casa do professor Ricardo, do Instituto Chuí e com Serginho do atletismo. Eles me ajudaram muito neste momento difícil porque nem dinheiro eu tinha para pagá-los”, afirma Lucas.
O convite para se mudar para o Rio de Janeiro chegou através de um empresário de jogadores. Lucas foi contratado pelo Flamengo mas logo foi emprestado para o Blumenau, de Santa Catarina, time que fechou uma parceria com rubro negro carioca para disputar o Campeonato Brasileiro de Basquete organizado pela CBB. “Estou muito feliz aqui, me emprestaram para ganhar mais experiência e assim que terminar o Brasileiro vou para o Rio disputar a Liga de Desenvolvimento pelo Flamengo”.
Hoje em Blumenau, Lucas encara uma rotina forte de treinos profissionais, todas as manhãs trabalha as partes física e técnica, e a tarde participa dos treinos táticos. Mesmo com essa rotina puxada ele ainda tem que se dedicar aos estudos. “Aqui estou tento da oportunidade de retomar meus estudos, aprendi que atleta tem a carreira muito curta, então é preciso ter uma formação, uma profissão. O esporte abre muitas oportunidades, mas a gente precisa enxergar elas no momento certo. É muito importante ter foco e força de vontade e o Instituto Chuí me ajudou muito nisso”, finaliza ele.
No Campeonato Brasileiro o Flamengo/Blumenau já realizou cinco partidas tendo três vitórias. Lucas Batista ainda não estreou na equipe.